Todos os alimentos que consumimos, inclusive os in natura, são compostos por uma enorme quantidade de substâncias químicas que determinam suas características, como sabor, cor, textura e valor nutricional, e cujos nomes muitas vezes não reconhecemos.
Quantas vezes você já ouviu dizer que uma lista de ingredientes longa revela um alimento que não é saudável? Se frutas e vegetais tivessem uma lista de ingredientes, leríamos muitos nomes de compostos químicos que não entenderíamos – a não ser que fôssemos especialistas em química orgânica. Veja, por exemplo, a quantidade de ingredientes encontrados em um abacaxi.
Das dezenas de milhares de componentes bioquímicos que constituem a nossa alimentação, a maioria não foi quantificada e apenas uma pequena fração é rastreada por bancos de dados. A maior parte de nossa compreensão atual de como os alimentos afetam a saúde está ancorada nos 150 componentes nutricionais que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e outros bancos de dados rastreiam. Porém, há mais de 26.620 compostos identificados em alimentos, que normalmente são ignorados.
O alho, por exemplo, que é um ingrediente básico na preparação de diversos pratos, contém mais de 2.306 componentes químicos diferentes, da alicina – composto organossulfurado responsável pelo aroma específico do alho recém-esmagado – à luteolina, uma flavona com relatados efeitos protetores em doenças cardiovasculares. No entanto, o USDA quantifica apenas 67 componentes nutricionais no alho cru, indicando que esta planta bulbosa é particularmente rica em manganês, vitamina B6 e selênio. Ou seja, menos de 3% dos componentes realmente presentes no alho são quantificados.
Barabási et al. The unmapped fourl complexity four diet. Nature Food. 2020.
Australian chemistry teacher James Kennedy: https://www.businessinsider.com.