Fatos e dados sobrealimentos industrializados
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A quantidade de aditivos usada em alimentos é muito pequena, apenas o necessário para desenvolver a função desejada. Os aditivos com função de conservantes são utilizados para criar uma barreira de proteção extra contra a deterioração dos alimentos, que estragam pela presença de microrganismos que consumem seus nutrientes, causando aparência e odor indesejáveis, além de alguns serem prejudiciais à saúde. Outra razão é a oxidação, uma transformação química que ocorre nos alimentos, provocada por enzimas ou radicais livres que causam alterações como escurecimento do tecido e rancidez de gorduras.
Os conservantes são utilizados para criar uma barreira de proteção a mais contra a deterioração dos alimentos. A conservação de alimentos não é algo novo e a humanidade já fazia isso, sem grandes tecnologias, com a adição de açúcar (compotas), acidificação do meio (picles)
ou adição de sal (salga). Como nem todos os alimentos podem ser conservados usando apenas esses métodos, a ciência evoluiu e criou alternativas utilizadas com sucesso pela indústria alimentar. Por exemplo, o BHT e Tocoferol (Vit E) são antioxidantes que absorvem os radicais livres e impedem a formação de ranço nos alimentos. Já o ácido cítrico e o ácido ascórbico inibem a enzima do escurecimento. O ácido ascórbico é nada mais do que vitamina C, mas seu uso na indústria recebe o nome de INS 300.
Obrigação regulatória de seguir o International Number System (INS), um sistema internacional de nomenclatura para aditivos alimentares, com o objetivo de criar uma designação curta do que pode ser um nome real extenso. O sistema foi adotado pelo Codex Alimentarius, a organização internacional de padrões alimentares da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização para Alimentação e Agricultura (FAO) das Nações Unidas (ONU).
O BHT é um antioxidante que ocorre naturalmente em algumas algas e fitoplânctons, porém a forma mais utilizada atualmente é a sintética. Trata-se de uma substância empregada em alimentos com a função de prevenir e/ou retardar a oxidação de ingredientes gordurosos, tais como óleos e manteigas naturais, óleos essenciais e vitaminas, evitando que se tornem rançosos e percam suas funções ativas. Além disso, a degradação dessas gorduras libera os tão temidos radicais-livres, principais causadores do envelhecimento e de sérias doenças inflamatórias, como problemas cardíacos e até mesmo câncer.
Um estudo mostrou que adultos franceses consomem, em média, 16 mg de ácido ascórbico (aditivo antioxidante) a partir de todos os alimentos processados da dieta diária. Para entender o que essa quantidade significa, basta comparar com a quantidade de ácido ascórbico presente em uma laranja, que é de 70 mg. Ou seja, uma laranja tem mais de quatro vezes a quantidade de ácido ascórbico ingerida pela soma de todos os alimentos processados da dieta diária.
