Fatos e dados sobrealimentos industrializados
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Não é correto afirmar que os alimentos industrializados não são saudáveis. Eles fazem parte do cardápio de todos os povos do mundo e desempenham papel essencial para uma dieta segura e saudável. O que realmente faz a diferença é a composição nutricional dos alimentos e, mais importante ainda, a diversificação da dieta.
Um estudo publicado no BMJ – British Medical Journal – comparou o conteúdo energético e de macronutrientes de 100 receitas de livros de culinária best-sellers de chefs famosos e 100 refeições prontas vendidas nos três principais supermercados do Reino Unido. Os pesquisadores, especialistas em saúde pública, concluíram que as refeições prontas, vendidas nos
supermercados, continham menos gordura total e saturada e mais fibras do que as receitas analisadas. Os alimentos preparados na hora não são, por definição, melhores do que os preparados na indústria. Tudo depende da qualidade dos ingredientes e das receitas utilizadas.
Nenhum alimento, sozinho, fornecerá todos os nutrientes necessários para uma dieta saudável e equilibrada, que deve conter vegetais, frutas, grãos inteiros, proteína magra e ser limitada na ingestão de açúcar, sal e gordura saturada, conforme recomendado por diretrizes dietéticas baseadas na ciência (World Health Organization, 2020).
Todas as preparações – sejam elas caseiras, artesanais ou industrializadas – podem ter alta ou baixa densidade de nutrientes, muitas ou poucas calorias. Tudo depende da quantidade e dos ingredientes utilizados, assim como a quantidade do alimento que é consumida. Para os pratos preparados em casa, é preciso ter atenção às quantidades de sal, açúcar e gordura, assim como à frequência e às porções de consumo.
No caso dos alimentos industrializados vale a mesma regra, e eles oferecem um aliado importante que é a informação nutricional contida no rótulo. Verifique a tabela nutricional, as porções indicadas e o percentual de valores diários dos alimentos para compor a sua dieta.
A fortificação de alimentos é uma das medidas mais efetivas para a redução de deficiências de micronutrientes na população. No Brasil, o enriquecimento das farinhas de trigo e milho com ferro e ácido fólico é obrigatório desde 2002, sendo uma das estratégias do Ministério da Saúde para reduzir a anemia ferropriva e problemas relacionados à má formação do tubo neural do feto.
No período anterior à fortificação, a prevalência de má formação do tubo neural entre todos os nascimentos foi de 0,79 por 1.000 nascimentos. O valor pós-fortificação foi de 0,55 por 1.000 nascimentos, o que significa uma redução de 30% de nascidos com a má formação.
