O congelamento não reduz nutrientes em quantidades significativas e ainda ajuda a reter os nutrientes de alimentos que poderiam se degradar quando guardados na geladeira. Além disso, colabora para evitar o desperdício, pois conserva a comida por mais tempo. É uma técnica de processamento de alimentos usada com sucesso há muitos anos, também nos lares.
A indústria pode ainda utilizar a tecnologia do supercongelamento, que nada mais é do que congelar os alimentos de forma mais rápida. Enquanto o congelamento leva cerca de 12 a 48 horas para fazer com que o alimento chegue à temperatura de -18ºC, o supercongelamento – feito num equipamento chamado de compressor – permite que o alimento alcance, em segundos, temperaturas de até -50ºC.
Quanto mais rápido o congelamento, menor a formação de cristais de gelo, o que garante a melhor preservação das características originais do alimento.
Tecnologia do Processamento de Alimentos: Princípios e Prática - P.J. Fellows (Autor) - Artmed; 4ª edição (17 dezembro 2018).
A matéria-prima dos alimentos que consumimos, de origem vegetal, animal e mineral, é, em grande parte, altamente perecível.
Isso acontece porque a riqueza em nutrientes, água e o pH fazem dos alimentos um meio adequado para o crescimento de uma grande variedade de microrganismos. Estes agentes podem rapidamente levar à deterioração do alimento, fazendo com que ele se torne inadequado para o consumo. Pode-se dizer que, entre os microrganismos e o homem, “trava-se uma disputa pelo alimento e ganha quem chegar antes para consumi-lo”. O processamento nos dá vantagens nessa batalha. A indústria trabalha com técnicas que usam calor, frio, remoção de água e acidificação dos alimentos, eliminando microrganismos ou inibindo o seu desenvolvimento. Tudo isso preservando ao máximo a qualidade nutritiva e sensorial do alimento.
Pesquisadores dos Estados Unidos e da Coreia do Sul estudaram – por dois anos, durante todas as estações climáticas – a quantidade de nutrientes como o ácido ascórbico (vitamina C), o pigmento caroteno e o folato (vitamina B9) em frutas e vegetais congelados, em comparação aos mesmos alimentos armazenados em geladeira por cinco dias, que simula o comportamento do consumidor. A conclusão foi de que “as descobertas não suportam a percepção comum de que produtos frescos são nutricionalmente superiores aos congelados”. Na maioria dos casos, não houve diferença significativa entre a quantidade de nutrientes em alimentos frescos, refrigerados por cinco dias e congelados. Nos casos de diferenças significativas, em geral o valor de nutrientes era mais baixo nos alimentos refrigerados por cinco dias. Em resumo, os cientistas sugerem que os alimentos congelados tendem a manter seu valor nutricional inalterado em relação ao mesmo alimento mantido sob refrigeração ou em temperatura ambiente.
Letras diferentes indicam diferença significativa.
Journal of Food Composition and Analysis. Selected nutrient analyses of fresh, fresh-stored, and frozen fruits and vegetables. 2017.